As entranhas de alguém
Doem de várias formas
Por cicatrizes mal curadas
Ou feridas na alma perpetuadas.
O interior de alguém
Que é infeliz, se martiriza e agoniza
Sofre por alguma doença
Esquecendo-se de sua crença.
O corpo de alguém
Parece não aguentar mais viver
Persiste em aqui ficar
Sem querer, aos outros faz magoar.
Quem será esse alguém
Que carrega tanto sofrimento
Faz da vida eterno lamento
E prossegue no padecimento?
Pode ser um conhecido
Até um ente querido
Talvez um completo desconhecido
Feito animal que fere por que é ferido.
Quem não aceita sua cruz
E não enxerga mais a luz
Faz as sombras do desencanto
Habitarem seu canto.
É um triste alguém que cultiva o rancor
Não sabe praticar o amor
Que só se realiza pelo perdão
E permanece na dor da escuridão.
Rosana Montero Cappi
4 comentários:
o amor é a dor do amor!Sonícula...profundo seu amor e a sua dor!
A dor é um sintoma crônico a muitas pessoas e você minha amiga abordou de maneira suprema este assunto. Conviver com ela é muito difícil e gera muito sofrimento. Parabéns novamente pela profundidade do poema. Bjs
Sandra
Seu poema abrange com muita sensibilidadeo que a maioria de nós faz de suas vidas.Portanto enquanto tivermos lucidez vamos aparando as arestas da dor,para que ela não nos invada ao ponto de arrastarmos nossos corpos pela vida sem o mínimo de qualidade.
Sua reflexão me lembrou uma frase: ser feliz é uma escolha. E é mesmo. Temos que ficar atentos para não nos apegarmos às nossas dores do presente e no passado. Gostei muito do que você escreveu. Você está cada vez mais madura e no caminho da sabedoria. Marisilda
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