Companhia Arte em Espetáculos

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CONVIVENDO COM A DOR


As entranhas de alguém

Doem de várias formas

Por cicatrizes mal curadas

Ou feridas na alma perpetuadas.

O interior de alguém

Que é infeliz, se martiriza e agoniza

Sofre por alguma doença

Esquecendo-se de sua crença.

O corpo de alguém

Parece não aguentar mais viver

Persiste em aqui ficar

Sem querer, aos outros faz magoar.

Quem será esse alguém

Que carrega tanto sofrimento

Faz da vida eterno lamento

E prossegue no padecimento?

Pode ser um conhecido

Até um ente querido

Talvez um completo desconhecido

Feito animal que fere por que é ferido.

Quem não aceita sua cruz

E não enxerga mais a luz

Faz as sombras do desencanto

Habitarem seu canto.

É um triste alguém que cultiva o rancor

Não sabe praticar o amor

Que só se realiza pelo perdão

E permanece na dor da escuridão.

Rosana Montero Cappi

4 comentários:

Sonícula disse...

o amor é a dor do amor!Sonícula...profundo seu amor e a sua dor!

Sandra C. Perossi disse...

A dor é um sintoma crônico a muitas pessoas e você minha amiga abordou de maneira suprema este assunto. Conviver com ela é muito difícil e gera muito sofrimento. Parabéns novamente pela profundidade do poema. Bjs
Sandra

magdalena vannuchi disse...

Seu poema abrange com muita sensibilidadeo que a maioria de nós faz de suas vidas.Portanto enquanto tivermos lucidez vamos aparando as arestas da dor,para que ela não nos invada ao ponto de arrastarmos nossos corpos pela vida sem o mínimo de qualidade.

Marisilda Tescaroli disse...

Sua reflexão me lembrou uma frase: ser feliz é uma escolha. E é mesmo. Temos que ficar atentos para não nos apegarmos às nossas dores do presente e no passado. Gostei muito do que você escreveu. Você está cada vez mais madura e no caminho da sabedoria. Marisilda