Companhia Arte em Espetáculos

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Tempo de Reflexão (29/12/2015)



Serena

Seria tão bom se as pessoas fossem como aquele cachorrinho, que deita tranquilo ao lado de seu dono. Fica sossegado, sem se importunar pelo ambiente. Ele é fiel, coisa que muitos humanos não conseguem ser. Há algumas caracterizam que marcam alguns humanos. Há traidores, ladrões, corruptos, intransigentes, incoerentes, psicopatas, hipocondríacos, depressivos, bipolares, neuróticos, assassinos, ricos, pobres, rancorosos, grosseiros, intolerantes, viciados, etc  O cão não faz distinção alguma quanto a personalidade, qualidades ou defeitos das pessoas, permanecendo ao lado do dono seja ele quem for e o que for. 
Já nós, não somos capazes de ter aquele dom do cãozinho de não se deixar influenciar e além de carregarmos todas as nossas imperfeições e defeitos interiores, não aceitamos os defeitos e erros dos outros. 
Ah! Como é difícil praticar a maior das virtudes, que é o perdão. Virtude que tanto o gato quanto o cachorro tem de sobra. Podemos gritar com eles, mandá-los sair de perto de forma grosseira, enxotá-los, que eles esquecem e na primeira oportunidade vem ao nosso encontro contentes e logo somos perdoados, apenas ao darmos um afago e um carinho. Por isso é que invejo os animais, por eles terem atitudes nobres demonstrando que são muito superiores a nós.
Apesar de termos tanto conhecimento, não temos a sabedoria de conseguirmos agir com sutileza. Os animais passam por nossas vidas, deixam lindas lições que muitas vezes não temos a sensibilidade de entender ou de nem sequer perceber. Somos arrogantes e nos achamos superiores, pois, afinal sabemos ler, escrever, falar, mas perdemos a grande sensibilidade da atenção. Os gatos por exemplo parecem dormir tranquilamente, mas estão em constante estado de alerta, com a orelhas em pé para qualquer acontecimento que possam colocá-los em risco. Agora nós, somos muito desatentos. Esquecemos de manter nosso estado de alerta, para podermos discernir sobre o que ouvimos e sentimos. Isso até nos impediria de cometer erros e principalmente de reconhecer maus pensamentos e intenções ruins.  Por que não mantemos o nosso estado de alerta ativado, para que as verdadeiras intenções resultem em atitudes corretas?  
Será que nossas intenções são coerentes com nossa fala e ações? Como pretendemos ter paz se não somos verdadeiros, se aparentamos o que não somos? E afinal, quem somos nós? Essa nossa casca que chamamos de corpo apesar de ir ficando com as articulações enrijecidas, a pele enrugada, os cabelos ralos e brancos, não se importa com o fato de que o tempo é cada vez mais escasso e continuamos cometendo os mesmos erros e tendo a mesma desatenção. Somos esses estranhos seres materialistas, egoístas e hipócritas.
Assim sendo, fico encantada com minha gata Serena, que tem quinze anos de idade, portanto, para uma felina, uma idosa. É interessante como o nome pode combinar tanto com ela. É claro que ela não tem preocupações e essa talvez seja a explicação para a serenidade e  jovialidade em seu rosto. Já ouvi dizer que o semblante de uma pessoa é o reflexo de seu interior, por isso tem ocasiões que demonstramos olhar pesado e rosto carregado. Como podemos manter um sorriso sincero, se não temos boas intenções, se julgamos, condenamos, dizemos uma coisa e fazemos outra? Quem é que queremos enganar? Somos falsos e o pior de tudo é que mentimos para nós mesmos.
Ah! Como admiro os animais.   

Rosana Montero Cappi 




3 comentários:

Luis Gustavo Regi disse...

Lindo texto querida tia, assim como a foto da linda Serena. Os animais são grandes exemplos de sinceridade e lealdade, antes fôssemos como eles.

Luis Gustavo Regi disse...

Lindo texto querida tia, assim como a foto da linda Serena. Os animais são grandes exemplos de sinceridade e lealdade, antes fôssemos como eles.

Rosana Montero Cappi disse...

Agradeço querido sobrinho Luis Gustavo, pelo comentário.
Interessante como os animais nos ensinam a ser melhores seres humanos.