Companhia Arte em Espetáculos

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Gaiola Vazia



Saguis nos galhos das árvores pulavam
Diversos cânticos entoavam os passarinhos
Mamães sabiás alimentavam filhotes nos ninhos
Numa fresca manhã no bosquinho. 

Livres, famílias de macaquinhos
Alimentavam-se despreocupadas
Com frutas oferecidas a eles com carinho
Enquanto um desabitado viveiro
Aguardava aves para ali morarem em derradeiro cativeiro.


Com finalidade aviltante
Haverá união de alguns caminhantes
Que diversas espécies de aves pretendem engaiolar
Só para depois poderem apreciar.  

Pensando no futuro daquela gaiola vazia
Foi-se embora minha alegria
Ao saber que os homens não olham para a natureza
Preferem aprisioná-la e causar nos animais sofrimento e tristeza. 

Encarcerado está o próprio coração
Feito uma cadeia com super lotação
Tomado pelo materialismo
Totalmente dominado pelo egoísmo.  

Está em cárcere privado
Refém de si mesmo
Então quer ver o pássaro engaiolado
Achando que esse gesto será apreciado
E seu ego massageado. 

Pobre homem!
Por que não tenta esvaziar a gaiola de seu coração?
É só tentar imitar o espírito do pássaro
Cantar feliz com alma leve e cheia de emoção. 

Quando adversidades encontrar
Não desanimar e ter forças para lutar
Ir longe, ser livre para voar
Mas saber à sua origem retornar
Sem se perder no caminho
E voltar feliz ao ninho.
 
 

VOU TENTAR COLOCAR UMA PLACA NAQUELE VIVEIRO COM OS SEGUINTES DIZERES:
 

DIGA  NÃO PARA ESTA TRISTE PRISÃO

NÃO INCENTIVE O COMÉRCIO DE AVES

APRECIE-AS NA NATUREZA, SEM MODERAÇÃO

E ABRA A GAIOLA DE SEU PRÓPRIO CORAÇÃO.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Rosana Montero Cappi

Escritora e frequentadora  do Bosque São José   

 

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